domingo, 13 de novembro de 2016

Poema: O que nos torna bobos


O que nos torna bobos
É o medo e seus derivados
Medo de tentar,
Medo de agir,
Medo de se arriscar,
É o medo do medo.

O que nos torna bobos
É a nossa fragilidade
É a impaciência,
É a falta de compreensão,
É a intolerância,
É a fragilidade forte.

O que nos torna bobos
É desacreditar
São os "sonhos impossíveis",
É a fé que diminui,
São os obstáculos ,
É desacreditar de nós mesmos.

O que nos torna bobos
É o amor
É questão de agradar ao outro,mesmo após a briga,
É dizer que odeia,mas na verdade amar,
É perdoar ,sem dizer: -eu te perdoo
É o amor, deixando a gente como não imaginaríamos.

O que nos torna bobos
É querer não ser bobo
É permitir a dominação do medo
É nunca lutar pelo recesso de nossa fragilidade
É desacreditar no nosso potencial
É não permirtir-se ao amor

Então...

Sejamos sim bobos!
Bobos de amor
Bobos de sonhos
Bobos de vontade de  viver!

Porque o que realmente nos torna um bobo, um bobo tolo,
é não querer ser bobo da vida!
Pois essa é cercada de altos e baixos,
longos e curtos,
rasos e profundos,
Alegrias e decepções.

Portanto, se permita viver,
Faça o que quiser e puder fazer,
Caiu, levantou,
Errou é uma lição, acertou é uma consequência de seus esforços.
Seja um bobo da vida!

Marcos Braga

quinta-feira, 21 de julho de 2016

O Fim do Tratamento

"Acabou,ufa!!!E agora???"

Na vida, temos diariamente, diversas batalhas para vencer, se você acordou hoje, acredite: já venceu uma delas.


Vencer, essa foi minha palavra chave para esta doença. Eu sempre pensei que a minha maior vontade era vencer isso, mas hoje,curado, vejo que a minha maior vontade, era viver! Eu tenho muitos sonhos a conquistar, muitos beijos e abraços para dar, eu tenho objetivos à serem cumpridos, não abriria mão disso por uma doença sem ao menos lutar.

A primeira frase que vem a minha cabeça depois disso é: Não foi fácil!
Quimio atrás de quimio, remédio atrás de remédios, dor atrás de dor. No começo,minha vida era mais hospital do que minha casa. Tive que esquecer quem eu era vivendo pra conhecer quem eu precisava ser pra sobreviver,são coisas bem distintas porém necessárias. No começo do tratamento minhas dores principais, foram as psicológicas, foi muito difícil levar uma vida totalmente padronizada em remédios e limitações físicas, além disso, as marteladas na consciência sempre me perguntavam à noite: Será que você vai acordar amanhã? Você aguenta isso mesmo? Perguntas que me atordoavam pelo fato de não ter uma resposta certeira e  fisicamente não estar nada bem. O meu medo principal era o que aconteceria com minha família caso o pior acontecesse. Como seria lembrado no final? Pelo bom filho Marcos? Pelo guerreiro em sua luta  contra o câncer? Pelo doente na cama, que tinha descansado e por estar sofrendo isso era "o melhor"?



No decorrer do tratamento, eu já tinha me acostumado com isso, os remédios,as limitações e também com a dor, claro que eu não aceitava isto, ninguém aceitaria, mas já tinha me conformado.

Passei por momentos muitos difíceis, cheguei num ponto de jogar remédios fora por achar que eu tinha chegado no limite, e eu realmente tinha chegado, mas parecia que cada vez que eu chegava no meu limite, ele se expandia, algo que não tinha fim, então, certo dia, eu me perguntei: Até onde vai o meu limite? Eu tenho mesmo limite? Minha resposta logo surgiu: Eu não tenho limites para isso, não posso desistir, olha onde ja cheguei, não fiz tudo isso pra parar agora.

Comecei a olhar em minha volta, vendo aquelas outras pessoas doentes, não existia ninguém pior ou melhor, eramos todos iguais, todos estavam mal, fui vendo que a vida não prega uma peça só na gente, não sou só eu que passo por momentos difíceis, eu não estou sozinho...

Com isso, minha forma de pensar sobre as coisas, principalmente sobre a vida mudou, de uma certa forma, sentia que estava amadurecendo,que eu tinha capacidade de entender e lhe dar com aquilo.

E ai, a notícia: Você vai entrar na manutenção ( fase final do tratamento, no meu caso, seria 108 doses pequenas  de quimio intramuscular-injeção). A alegria tomou conta, mal podia acreditar que o pior tinha passado e as coisas começariam a melhorar, e realmente melhorou.

A manutenção era todas às quintas- feiras, no caso de feriado, era nas quartas-feiras.Apesar da injeção ser muito dolorida, eu já podia fazer coisas que não fazia há muito tempo, claro que sem muito esforço, mas já era algo muito bom pra mim. Os enjôos já não eram mais frequentes e eu ja me sentia mais confiante. Eu sempre falava pra mim mesmo quando ia fazer mais uma sessão: "É menos uma..." E assim foi indo até que cheguei nas ultimas, uma semana pareciam meses e minha contagem regressiva parecia não ter fim.

No grande dia, na ultima quimio, foi só comemorações, finalmente tinha acabado, eu poderia voltar ao "meu normal". No GACC ( Grupo de Assistência a Crianças com Câncer), a alegria era tamanha, eu não sorria assim a muito tempo. A equipe toda estava lá, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, etc, todos me parabenizando e comemorando uma vitória que não foi só minha, mas sim de todos. O nosso time tinha vencido!!!

*Minha mãe e eu, no cartaz:" Marcos de Assis Braga Lindãooooo".  Essa equipe é demais!!!

*E.Danielle: A Bacana, pensa numa enfermeira tranquila rs.
*E.Karine: A Calma, quietinha,mas é do bem !!!
*E.Jéssica: A Jéssica se encaixa na música: "tá tranquilo,tá favorável" rs 
*T.E.Patricia: A extrovertida, a palhacinha (no bom sentido), a zen, tudo ta bom pra ela.

*Dr. Waneska: Mulher de fibra!!!
*Dr. Paola:  Divertida e séria !( mas é pro bem rs)
*E.Dirceu: Aquele figurante ali, rsrs', gente fina, sempre bem humorado, e muito divertido.

*Gostaria de agradecer a toda a equipe e me desculpar por não mencionar todos, mas o meu eterno obrigado são pra todos.*

É  incrível como nossos pensamentos mudam depois de passar por algo que nunca passou. Parecia mais fácil esta batalha contra a leucemia pela TV ou pelas notícias nas redes sociais, mas, a partir do momento que você está nela, você vê que não era tão fácil assim.

Hoje, faz  3 meses que encerrou o tratamento,faço agora o acompanhamento (exame de sangue) a cada 1 mês, esse tempo tende á se estender, 2 em 2 meses, 3 em 3 meses... Até chegar em 1 vez ao ano, serão 5 anos de acompanhamento, mas isso é tranquilo. Só ir fazer o exame e acabou...

Me sinto muito bem, é inquestionável o quão estou melhor fisicamente e principalmente psicologicamente. Acredito que essa lição, me ensinou não só a ser mais forte quanto mais preparado para as dificuldades. Carrego uma carga de experiência muito grande nesse aspecto, muitas pessoas vivem ainda o que eu vivi, e o que eu mais queria quando estava doente, era alguém que me entendesse, que tinha passado por aquilo e que se curou, e acabei encontrando,muitos inclusive, e eu só tenho a agradece-los por me motivar e me animar durante minha luta. No entanto, existem muitas pessoas que preferem ficar oclusas por diversos motivos e preferem encontrar motivação para o tratamento em casa, na internet por exemplo. Por isso, deixei e deixo os meu depoimentos,meus relatos, meus desabafos, minhas experiências, para mostrar que é possível sim e que o câncer tem cura!!! Quero que todos saibam que eu sou um sobrevivente e que procuro ajudar pessoas que estão passando pelo que passei e poder ajudá-las mesmo que anonimamente e mostrar para quem tem um filho,um amigo ou alguém próximo que está nessa luta, que não é fácil, mas também não é impossível. 


Fico por aqui meus leitores, agradeço por estarem sempre comigo. Até a próxima matéria, abraços!



segunda-feira, 18 de julho de 2016

5 Coisas que não é legal falar para uma pessoa que tem câncer

“Venho hoje, por experiência própria, falar algumas coisas que eu não gostava quando me falavam. Vale lembrar que tenho 17 anos e talvez estas coisas mencionadas abaixo não se “aderem” a pacientes de outras idades, mais creio que a maioria concorda”


  • Dizer que o paciente está mal.

Bom, isso muitas vezes deixa o paciente realmente mal, porque nós sabemos que não estamos bem, afinal, a quimio não destrói só as coisas ruins né.

  • Dizer o que o paciente deve ou não fazer.

Bom, quando o paciente já tem uma idade que já da pra compreender o que pode ou não ser feito, ele não precisa que uma pessoa fique lembrando TODA SANTA HORA (principalmente aquelas que te veem 1 vez por mês), o que ele deve ou não fazer.


  • Falar sem saber o que o paciente não pode comer e beber.

Já passei por isso várias e várias vezes, isso meio que me irritava (dependendo da pessoa que me dizia). Não fica irritado por a pessoa falar, e sim, por ela não saber o que está falando, entende?  Se eu sei que eu não posso comer algo, por que eu vou comer?


  • Comentar com qualquer um sobre a doença dele.

Isso realmente não é necessário. Pra mim, isso era o maior constrangimento, a pessoa da minha família encontra com uma pessoa que eu nunca vi e começa falar :" -Esse é aquele meu parente,que ta doente"...Queria cavar um buraco nessa hora e me enterrar, não por estar doente, e sim por estar sem jeito e sem saber o que falar, afinal, qual a necessidade dela saber?


  • Falar pra pessoa doente que tem dó dela

Acredite,tem gente que faz isso. Já passei por isso e é uma sensação muito constrangedora. A pessoa fala “nossa, coitadinho de você (ou coisa parecida), aí você não sabe se ri, se manda a merda ou simplesmente finge que não ouviu. Eu, particularmente, não gosto que sintam pena de mim. Acredito que ser PREOCUPADO é completamente diferente de sentir Dó,e tudo varia também,como é dito, enfim, se puder, não faça isso.


“Vale lembrar que estas são as coisas que eu não gostava de ouvir e respeito a opinião de cada um ”

É isso ai leitores, fica os conselhos em rsrs’ .Fico por aqui e até a próxima matéria. Abraços!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Estou de volta com o Blog !

Olá, meu queridos leitores, quero pedir desculpas por me ausentar sem ao menos dar uma explicação, mas vou fazer isso agora.Estava com uns problemas no meu note e também, não vou negar, estava sem cabeça, decidi me afastar, de tudo.
Mas estou de volta, peço que continuem me acompanhando e espero que gostem das próximas matérias rs.

Só pra reforçar, meu email pra contato é : marcosbraga939@gmail.com (acho que o formulário de contato está com problemas), estou disposto a responder todos.

Agradeço a compreensão de vocês leitores. Até a próxima matéria. Abraços!

sábado, 30 de janeiro de 2016

O convívio com as pessoas depois da Leucemia


“Sim, algumas coisas mudam mesmo com a chegada de uma doença na família, mas você só irar dar conta desta mudança, quando você for o doente.
 Vamos a mais uma matéria ?


Claro que a primeira coisa que muda é a atenção! Não a atenção sua, mais a atenção que dão para você!
No começo do descobrimento da doença, a atenção foi voltada integralmente para mim, principalmente pela parte de meus pais, um simples gesto como ir ao banheiro já era motivo de monitoria. Claro que eu entendo eles e no lugar deles, acho que faria a mesma coisa. Mais no geral, a atenção passou a predominar em mim depois que a leucemia veio.

Outro fato que muda na convivência com a chegada de uma doença, são o jeito que as pessoas lhe tratam...
Claro que isso é meio óbvio, mais isso não muda só da parte de seus pais, mais em todos que você conhece, seu amigo muda o jeito de lhe tratar, seus tios, vizinhos e até mesmos os professores, isso no começo é meio estranho de acostumar, mais depois acostuma.

Além disso, outra coisa que aconteceu comigo depois da leucemia, foi que eu comecei a receber mais broncas, pois muitas vezes queria fazer algo que era “perigoso” ou forçava muito em uma atividade física. Isso foi uma parte bem complicada, pois eu odeio levar broncas.

Mas, o mais importante eu tinha, que era alguém pra me dar atenção, para me tratar bem e as vezes me dar bronca, e na maioria das vezes era meus pais, que eu sei que pode passar anos e anos da minha vida, que eles sempre estarão torcendo e querendo sempre o meu bem. Sou muito grato a eles por tudo que fizeram e estão fazendo por mim.


É isso aí meus leitores, fico por aqui, até a próxima. Abraços!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Perspectivas para o Futuro


 Estamos sempre pensando em melhorar e progredir na vida, tentando a cada dia fazer um dia melhor do que o outro, e carregamos com a gente sonhos. Sonhos... seja trabalhar em algo que goste, encontrar a pessoa amada, ser feliz, seja qualquer coisa, nossos sonhos são o que nos motivam! Nos fazem pensar, refletir e agir para que possamos realizá-los. Há também aqueles sonhos inspiradores que te faz ainda mais ter sede de sonhar.

Carregamos também, nossas metas, estas nos fazem agir para que as mesmas sejam cumpridas. As metas nos fazem agir e buscar o que queremos, pois sabemos que o resultado final de uma meta conquistada, será muito gratificante para nós. Afinal, existe coisa melhor do que conquistar aquilo que você sonhou, desejou, se determinou?

Além dos sonhos e metas, carregamos os objetivos também. Os objetivos são formados com o intuito de conseguir algo, fazer algo. Diariamente criamos objetivos e corremos atrás dele e quando chegamos nele, sabemos que todos os esforços valeram a pena e que nada foi em vão para tal conquista.


Por isso caros leitores SONHEM, CRIE METAS, FAÇAM OBJETIVOS para suas vidas, seu futuro! Isso vai deixar você sempre inspirado, com vontade de conquistar algo, com o intuito de fazer algo. Queira sempre o melhor para você...


Minhas perspectivas para o futuro

Busco sempre viver e buscar ser um garoto melhor, um homem melhor!
Penso que a vida é algo passageiro e que se não aproveitarmos as chances que ela nos dá, pode ser tarde demais. Busco a paz a tranquilidade. Procuro pessoas que me levem para frente e que eu possa contar. Acredito que meus esforços de ir atrás dos meus sonhos não serão em vão. Acredito em minha fé, que também não é e nem será em vão.

Em meio a minha trajetória rumo aos sonhos a felicidade tende predominar. As vezes ela vai dar uma sumida, mas isso me ensinará a ser mais forte e continuar firme.


"Busco sempre olhar para frente e, me ver formado médico, me ver como um bom marido e um bom pai. Busco os meus sonhos que além desses o sonho de ser feliz."

Fico por aqui meus leitores, até a próxima matéria. Abraços!!!